O perfil das empresas que ostentam o título de inovadoras.

Inovação

Quem se interessa pelo tema inovação já deve ter percebido por meio de leituras, e do estudo de maneira geral, que, para uma empresa se manter ativa no mercado, ela precisa inovar ou inovar. Isso mesmo. Não existe outra alternativa, não há poção mágica ou milagre que viabilize a situação.

A inovação compreende dois modelos: um, chamado por muitos de inovação incremental, que se refere ao processo de adaptação e abrange o aperfeiçoamento do já existente. Isto é, as melhorias que produtos ou serviços merecem a fim de perdurarem. O outro, denominado inovação disruptiva, diz respeito à elaboração do zero de um novo produto ou serviço – o que chamamos, de fato, de inovação. É importante entender que, ocasionalmente, ambos os tipos de inovação se inter-relacionam para que o objetivo seja alcançado - a permanência. Ou seja, é mais do que usual que as inovações (classificadas como disruptivas) passem por vários processos de adaptações (inovação incremental) com a finalidade de perpetuarem.

Independente de qual seja a utilidade, do que se trata a solução de um produto ou serviço, há características similares entre as companhias que os desenvolvem. Digamos que elas integram um perfil de empresas rotuladas de inovadoras. E é exatamente sobre as peculiaridades comuns das organizações que nos espelhamos que este artigo vai versar.

A primeira semelhança repousa justamente na cultura de investimento em inovação. É uma ferramenta crucial, que muitas companhias, aspirantes à designação, ainda se recusam a incorporar – e por conta disso procrastinam tal qualificação.

O segundo aspecto partilhado é a admissão de colaboradores com vocação para captar a essência inovadora. Isto é, a formação de uma equipe talentosa, que disponha de criatividade, espaço e autonomia para a função. Saiba, no entanto, que nem sempre é necessário ser PHD em alguma coisa para assumir o cargo, mas o fato de estar atento às necessidades, às mudanças da vida contemporânea é indiscutivelmente um pré-requisito. Tem uma animação da Twentieth Century Fox Animation, chamada Robôs (2005), que aborda bem o tema, trazendo a máxima “Viu a necessidade? Atenda!”. E é bem por essa ótica que as coisas funcionam e fluem com naturalidade. É preciso reparar o que falta para suprir.

A terceira conformidade faz referência a uma ouvidoria, um canal de comunicação entre a empresa e o cliente. Este ponto, de certa forma, está intimamente ligado ao segundo item, uma vez que através desta via a necessidade também chega ao nosso conhecimento. Desta vez, no entanto, por meio do contato mais importante e seguro para uma companhia: o próprio consumidor. Ou seja, ele traz a carência e o restante fica por conta da empresa. É você, com a faca e o queijo na mão.

A quarta identidade trata da adoção de um programa de tolerância ao erro. Significa que as empresas realmente inovadoras sabem que para atingir uma meta muitas vezes se erra, se falha. O propósito deste sistema é impedir que o erro seja dramatizado, de modo que o colaborador se sinta culpado pela tentativa. Segundo essa metodologia, a falha é enxergada, sim, mas atenuada de maneira que se possa aprender com ela para não mais repeti-la. Lamentavelmente, algumas corporações ainda utilizam punição como abordagem, quando isso ocorre. Porém, até acertar, errar é normal. E absorver essa mentalidade é fortalecer uma equipe que, mesmo diante de um repentino deslize, não hesitará em dar o seu máximo e continuará produzindo com a mesma excelência. Ao contrário do que muitos afirmam, essa prática não representa desleixo; gera, sim, respeito entre os integrantes e solidifica o time.

A quinta similitude entre as empresas que prosperam no ramo da inovação é o fato de agirem, de colocarem em prática aquilo que se propunham porque só falar não é suficiente. É imprescindível executar. Segundo Fred Alecrim, consultor de gestão empresarial, uma das razões do discurso não avançar para a operação é “achar que inovação é coisa de empresa grande, ou ainda, que inovação tem que ser algo a ver com tecnologia e é muito caro”. Tudo balela! A inovação pode ser feita, praticada e incentivada desde as pequenas coisas da rotina da sua vida privada até o seu negócio, livre de porte ou segmento. Qualquer movimentação que proporcione melhorias, cause mais produtividade, traga mais rapidez e menos desperdício em todo setor de qualquer campo é inovação. Compreender isso facilita a percepção de que às vezes inovar sequer exige uma injeção de capital. Pressupõe incontestavelmente, porém, que questionamentos e reflexões (bem como, ações) sejam realizados todos os dias sem medo ou pressa com relação às respostas. Portanto, pergunte-se exaustivamente: Meu produto ou serviço (ainda) é útil? Como posso garantir a relevância de meu produto ou serviço na vida das pessoas? Existe alguma outra maneira de disponibilizar o meu produto ou serviço? Qual? E, por fim, atue, coloque para funcionar.

Este é, sem sobra de dúvida, um tópico importantíssimo para promover o progresso, evoluir e perdurar no mercado, além de conquistar a fama de inovador.

Aliás, tem quem não simpatize com a concorrência. Desconfio que a aversão recaia sobre a preocupação de que os concorrentes possam reproduzir a sua proeza, o seu feito. Particularmente, acredito que isso não é uma desvantagem. Não para a empresa que é, de fato, inovadora, pois a competição movimenta, obriga a pensar mais, a antever o próximo passo, a qualificar a equipe, tornando-os verdadeiros estrategistas. Essas são, todas, atitudes de um verdadeiro inovador. Quem efetivamente está ocupado com os seus afazeres não se deixa afetar pelo que o concorrente está fazendo. Um inovador cria, não copia. Um inovador sabe que quando se tem mais do mesmo, o produto ou serviço perde VALOR – o bem que uma empresa realmente inovadora está mais disposta a agregar e comprometida em manter.

Em suma, estes são os predicados que tornam as empresas que prezamos realmente fascinantes. De posse dessas informações, trabalhe para que a sua companhia também inspire e seja motivo de admiração pelo caráter inovador.

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